terça-feira, novembro 27, 2012


AUMENTO DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS EM BOTUCATU
Um assunto que foi discutido e muito comentado na semana passada foi o aumento das passagens de ônibus em nossa cidade.
Um assunto que atingirá e prejudicará tantas pessoas, como trabalhadores, estudantes, etc, mereceria por parte da administração pública uma ampla e democrática discussão, o que vemos que não ocorreu.
Após tomar conhecimento por uma tímida nota de jornal que haveria o encontro do Conselho Municipal de Transportes, tive a oportunidade acompanhar o esvaziado encontro. Digo isso porque não mais de 15 pessoas compareceram na reunião, quatro pessoas da sociedade membros do Conselho, os representantes das duas empresas de ônibus, o secretário municipal de transporte e cerca de 4 pessoas da comunidade.
O que pude ver é que os assuntos discutidos não tomaram a profundidade que a matéria exige.  Deixo aqui a critica que esperava encontrar mais pessoas da comunidade e usuários do sistema dispostos a discutir todas as matérias alegadas para justificar o aumento das passagens de ônibus, além de outros também relacionados a melhoria da qualidade do serviços prestado pelas empresas. A critica também é dirigida ao pode público, a quem caberia dar a ampla publicidade do encontro, e não o fez. Muitas pessoas gostariam de participar mas sequer souberam que houve tal reunião.
Basicamente 3 foram os itens apresentados pelas empresas para justificar o aumento das passagens. São eles: Gastos com pagamento de funcionários, gastos com reposição de peças e gastos com combustível. Eis algumas indagações:
1 - Gastos com pagamento de funcionários:  segundo as empresas, esse item detém o maior percentual dos gastos:  Todavia, uma vez que haja o aumento das passagens, não houve o compromisso das empresas quanto a percentuais de aumento nos salários de seus funcionários.
2 - Gastos com peças: não foi apresentado ao Conselho Municipal de Transporte uma planilha que comprovasse de fato quais os reais gastos com peças por parte das empresas no período do último ano. Fica a pergunta: será que os gastos alegados pelas empresas de fato são aqueles mesmos?
3- Gastos com combustíveis: Da mesma forma, assim como o item anterior, não foi apresentada uma planilha que comprovasse de fato os reais gastos com combustível no período do último ano.  
O que se viu é que os argumentos apresentados pelas empresas não foram verificados e investigados adequadamente como deveriam. Tudo que foi apresentado foi aceito sem maiores discussões por parte do Conselho Municipal de Transporte e também por parte do por público.
Saliento que os membros do Conselho são pessoas leigas, sem maiores conhecimentos específicos sobre os assuntos abordados e discutidos. É preciso fortalecer qualitativamente o Conselho Municipal de Transporte para que o mesmo tenha força para garantir os direitos dos usuários do sistema de transporte público botucatuense.  
É certo que quando as empresa assinaram o contrato de concessão com o poder público conheciam as regras e normas que regem o contrato. Todavia, as empresa utilizaram o argumento de “desequilíbrio financeiro” para pleitear o reajuste das passagens.
No mês de junho ou julho desse ano, foi protocolizado pelas empresas um processo administrativo na prefeitura buscando o reajuste dos preços das passagens, sendo que   para tanto foram alegados os motivos apontados nos itens 1, 2 e 3 já apontados acima. Naquela oportunidade, foram apresentados documentos para justificar o pedido. A administração pública indeferiu o aumento do preço das passagens.
Ocorre que, o que se pode comprovar, é não houve um estudo por parte do poder público para contestar os números apresentados pelas empresas.
Esse é um assunto muito sério e que atinge um grande número de pessoas, sendo que é dever do poder público tratar e estudar essa matéria com toda atenção merecida. Cabe ao poder público defender os interesses da população, não das empresas privadas.
Pontos como a melhoria na qualidade dos ônibus, adaptações para pessoas deficientes e que os créditos dos cartões eletrônicos sejam convertidos em passagens, e não monetariamente em reais, foram discutidos mas não houve o efetivo compromisso das empresas em acatá-las.
Conforme dito, essa discussão deve ser levada a toda a sociedade, que deve participar efetivamente desse processo, sempre em busca de uma melhor e crescente qualidade na prestação do serviço de transporte público de Botucatu.  
É mais que sabido que um sistema de transporte público coletivo eficiente e que atenda as reais necessidades da população, melhora de sobremaneira o tão caótico transito em nossa cidade, além contribuir com a diminuição da emissão de gases poluentes na atmosfera.
Conclamo toda a população a ficar atento e participar dessa discussão. A sociedade botucatuense não pode se calar nem se abster de participar das discussões das questões cotidianas que a atingem diretamente.   Agora cabe a população suportar o aumento das passagens de ônibus de R$ 2,35 para R$ 2,65.



Gustavo Henrique Passerino Alves é filiado e militante do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL-Botucatu



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