Movimentos Sociais

Não a Homofobia!


    Como praga, aparentemente sem controle, a homofobia tem se espalhado pelo Brasil. Apesar do movimento crescente da comunidade LGBTTS reivindicando a criminalização da homofobia vemos por parte do Governo Federal uma enorme morosidade em aprovar o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006.

    Esse descaso resultante de convicções individuais e religiosas por parte dos representantes da população tem sido um dos grandes entraves que proporcionam tamanha dificuldade em garantir os diretos de uma categoria que cada vez mais vem sendo marginalizada, será que os senhores Deputados e Senadores se esquecem que o estado é laico e que garantir a segurança e qualidade de vida a todos é um dever deles.

    Enquanto o Estado se faz omisso nesta questão pode-se notar em diversas atitudes os sinais do preconceito. Esse preconceito não é privilégio só de gangues neonazistas ou skinheads, essa postura tem sido adotada por estudantes universitários, inclusive da UNESP de Botucatu, como aceitar que pessoas que se dizem esclarecidas, capazes de discernir entre o certo e o errado sejam capazes de tal imbecilidade, se comportar como animais irracionais e agredirem moralmente e fisicamente outros colegas, isso mesmo, se não bastasse a agressão verbal alguns alunos e alunas foram submetidos a violência física, além da homofobia explícita as mulheres foram vítimas da pior forma de machismo, talvez os agressores dentro de sua burra razão tenham se esquecido que apesar da homofobia não ser crime a violência contra a mulher é e que a Lei Maria da Penha está aí pra punir os que se esquecem disso.

     Olhando com maior atenção pros fatos vê-se muito mais do que homofobia e machismo é possível notar uma total incompreensão do que são os Direitos Humanos. Sinceramente espero por parte das Congregações locais e C.O. algum posicionamento e o desenvolvimento de programas de combate as mais diversas formas de preconceito no Campus da Unesp Botucatu, que esse fato não seja colocado a parte sendo tratado apenas como uma "molecagem", que os responsáveis sejam devidamente punidos dentro do que é política da universidade, só assim poderei continuar acreditando que as universidades públicas geram cidadãos e não monstros.

Ass.: Gustavo de Paula Mineiro
Militante de PSOL Botucatu
Defensor do PNDH



Estudantes da UNESP são vítimas de homofobia por parte de outros estudantes.



Carta Aberta do Grupo Interações:


É só o começo!

    Após o ocorrido na festa do dia 16/11, manifestamos nosso repúdio aos atos homofóbicos de várias formas, uma delas foi levando uma mensagem do que esperamos da sociedade. Em outra festa, no dia 18/11, usamos plaquinhas penduradas no pescoço, cada uma com um dizer: Amor, Liberdade, Igualdade, Direitos Humanos, Respeito e Paz. Claro que a aceitação não foi total, pois fomos discriminados novamente, e questionados quanto à invasão do espaço dos demais presentes na festa (??!!), e chegamos a ouvir a seguinte declaração: “a palavra respeito não significa nada para mim” (!!).

    Para nossa surpresa, no dia 20/11, em outra festa, os mesmos agressores carregavam plaquinhas com os seguintes dizeres: “eu adoro cacete” e “eu preciso de um companheiro”. Mostrando que a homofobia está mais do que presente em nossa universidade, pois as plaquinhas possuem uma clara demonstração pejorativa a respeito da orientação homossexual (por exemplo, se as plaquinhas se referissem às mulheres, seria uma clara demonstração de machismo). E mostrando ainda, que nossa mensagem não foi propriamente entendida.

    A intenção não era provocar ninguém, portanto obter uma manifestação em “resposta” não era nosso objetivo. Sabemos que começamos um processo, e não uma guerra. A transformação não vai ser fácil, pois construir o conceito de respeito em alguém, não é algo tão simples, mas estaremos aqui, fazendo o possível pela igualdade entre tod@s! Mesmo que seja preciso escrever um relato por dia, não deixaremos nenhuma forma de discriminação passar despercebida, é hora de dar um basta a tudo isso!

Grupo Interações – UNESP Botucatu

“E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?” Caio Fernando de Abreu