sexta-feira, setembro 24, 2010

Em entrevista ao Jornal da Cidade, Saulo Carvalho defende maior politização da população.

O PSOL BOTUCATU APÓIA SAULO PARA DEPUTADO FEDERAL 5006 E RAUL MARCELO PARA DEPUTADO ESTADUAL 50550!

     O candidato do PSOL à Câmara dos Deputados por Bauru e Região, Saulo Carvalho, aposta na conscientização da população e no poder de convencimento para conseguir votos suficientes para sua vitória. Saulo garante que não tem ilusões e sabe que se trata de um desafio difícil, mas não impossível. Por isso, não faz uma campanha “de mentirinha”. “A minha candidatura é para valer. Se não, eu não teria saído candidato”,afirma. Nesta eleições, na avaliação do professor Saulo Carvalho, um dos grandes desafios é a politização da população que, em muitos casos, precisa ser convencida de que “pior do que está fica, sim”.

JC – Você entrou numa batalha dura: viabilizar uma cadeira na Câmara dos Deputados, ou seja, uma eleição que custa caro.
Saulo Carvalho – Nosso partido tem por princípio não aceitar financiamento privado, de empresas. Então, é autofinanciada e depende muito dos militantes. A gente resolveu enfrentar o caminho das pedras para fazer uma política muito mais honesta. A gente acredita que dessa forma a gente consegue cumprir as propostas e desafios que nos colocamos.

JC – Um deles é a politização da população. Mas como fazer isso?

Saulo Carvalho– É um desafio grande. Outro dia, inclusive, em Lençóis Paulista, fiquei quase 30 minutos conversando com um rapaz que ia votar no Tiririca por achá-lo o mais honesto entre os candidatos. O Tiririca pode até ter boas intenções, mas atrás dele tem uma lista de candidatos fichas sujas que vão todos com ele, se tiver a votação prevista de algo em torno de 2 milhões. A população vota achando que está fazendo um protesto, mas na verdade está mantendo as coisas como estão.

JC – Você diz que sua campanha depende muito mais da militância, da sola de sapato. Isso, por si só, viabiliza sua eleição?

Saulo Carvalho – A gente entende de outra forma, que a campanha militante não basta por si só. A campanha é militante na forma, mas tem conteúdo de proposta de gerir o Estado, de fazer uma política voltada para a população que é isso que vai dar a consistência para a nossa campanha. A forma é o que dá o complemento para o conteúdo. A nossa campanha militante é por princípio, porque a gente acredita que a corrupção começa no momento em que empresário dá R$ 100 mil para a campanha e depois que está eleito, ele vem cobrar, e em dobro. A gente acredita que esse é o caminho para combater a raiz da corrupção, que começa desde o início das campanhas.

JC – Eleito deputado federal, de que maneira você pretende lutar contra isso?

Saulo Carvalho – Uma das principais propostas é fazer a reforma política, justamente no ponto em que prevê o financiamento público das campanhas. De certa forma, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fica com o dinheiro e distribui uma cota igual entre os partidos, que terão de prestar conta. Esse seria o princípio para combater a corrupção nas eleições.

JC – Bauru já teve, num passado recente, dois deputados federais e dois estaduais. Hoje temos um estadual eleito. Diante da politização do eleitor bauruense é possível voltar a ter os quatro?

Saulo Carvalho – Bauru tem um colégio eleitoral grande. Então, acredito que é possível, sim, eleger mais de um deputado. Mas o que a gente precisa esclarecer é que há candidatos e candidatos. A população precisa ficar ligada àquele que mais defende sua proposta, que vai trazer benefícios para todos, não só para um setor, mas pra toda região. Tem candidato que chega lá e depois vota só com a bancada dele.

JC – Mas você acha que o deputado tem essa liberdade de não votar com a bancada?

Saulo Carvalho – Acredito que não. Por isso, os eleitores devem observar os partidos que estão por trás dos candidatos. Observar quer dizer, qual a política que o partido tem para Nação? Para a sociedade? Isso é o que vai determinar a ação do parlamentar no Congresso. A gente não pode negar que há individualidade, mas na hora da votação, de encaminhar os projetos a linha programática dos partidos conta muito. Por isso, é preciso ficar atento para as linhas que o partido defende.

JC – Há quem diga que o PSOL é um dos partidos que lançaram candidaturas apenas para somar votos.

Saulo Carvalho – A minha candidatura é para valer. Se não, eu não teria saído candidato. O desafio de uma candidatura é muito grande, ainda mais uma candidatura como a nossa, por causa dos princípios que defende. Então, não dá para fazer de mentirinha. Temos noção que é uma batalha difícil, a dos partidos maiores é melhor aparelhada, mas temos que correr. A gente aposta na conscientização da população e no poder de convencimento. A gente defende principalmente o combate à desigualdade, que deve ser feito com distribuição de riqueza, com reforma agrária e educação de qualidade.

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