quarta-feira, agosto 01, 2012

Educação em defesa da Liberdade

Atualmente muito se fala de educação e o principal discurso é que tem que se investir em educação para um mundo melhor, porém não é isso que acontece. Hoje se gasta com outros setores e a Educação continua por último, e na hora que os resultados são ruins governos crêem que o problema é apenas gerencial dos “recursos humanos” buscando assim  culpados para a situação, e esta quase sempre recai sobre os profissionais da Educação, e nesta visão gerencial as medidas tomadas são bonificação para os melhores profissionais, premiação por mérito, fazendo valer nas escolas e nas redes de ensino a lei fundamental da concorrência de mercado, como se gerenciassem uma grande empresa.
Sob este aspecto e com os recursos para a educação cada vez mais escassos, buscam atender apenas os aspectos quantitativos em prejuízo dos qualitativos, demitem em massa os profissionais da educação, em nome da “racionalização de custos”, do “enxugamento da máquina”, superlotando as salas de aula, congelando a expansão da rede física e dispensando a adequada relação que deve existir entre professor e número de alunos em sala de aula.
No município de Botucatu se repete a mesma lógica da visão gerencial da educação, firmando parcerias com empresas privadas para a formulação de material didático e possível apoio pedagógico enquanto o caminho deveria ser o contrário, um projeto pedagógico elaborado com a participação dos profissionais da Educação. Com mais autonomia e apoio pedagógico a estes que são e serão os principais executores de qualquer projeto pedagógico.
Atualmente a atual gestão atrelou o Bônus proveniente do FUNDEB ao número de faltas e licença médica que os professores tem, dependendo do número de faltas e licença médica será descontado uma certa quantia do bônus. Como se manter estes em sala de aula evitar que usufruam de direitos adquiridos irá melhorar a qualidade do ensino.
Uma Educação de qualidade perpassa por uma reflexão de que sociedade queremos criar, e para que educamos nossos alunos. Para o PSOL a educação como direito de todos se inscreve em um contexto maior, em um programa político que pretende, a um só tempo, reverter a barbárie e o processo de desumanização crescentes; reduzir as desigualdades sociais e promover a igualdade. E isto pressupõe a redefinição do papel do Estado e outro modelo de gestão, plural e democrática.
O PSOL quer assim resgatar o sentido político da educação, no qual se projeta uma outra sociedade possível e necessária, de homens e mulheres livres da domesticação de suas forças morais e intelectuais, porque se reconhecem como sujeitos da história.  Para isto se requer assumir a educação como parte de um projeto estratégico, voltado para a mobilização das grandes maiorias do povo.
A educação deve estar a serviço da socialização dos meios intelectuais de compreensão crítica da realidade, de formação e exercício do intelecto, autônomo e libertário do senso-comum – concepção esta que norteará o projeto pedagógico a ser debatido e disputado em nossas escolas e onde mais a prática educativa se dê.
Para tanto, é preciso reencontrar a autonomia do trabalho dos professores e professoras — e não sujeitá-los a “cartilhas” que nada dizem a respeito do que se passa no dia-a-dia da escola e da comunidade.
A educação é um direito inalienável e cumpre ao Estado promovê-lo, garantindo o acesso de todos e todas. Assim, educar as crianças, desde a primeira infância, mas também os que nunca passaram pela escola; educar os jovens e adultos, que por quaisquer motivos abandonaram a escola ou foram abandonados por ela. Promover as condições indispensáveis para que o trabalho dos educadores possa ser desenvolvido com qualidade. Esse é o nosso compromisso.

Marília Vilela é professora na  Rede Municipal de Botucatu e Membro do PSOL há três anos.

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